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Acordo União Europeia-Mercosul: Uma Parceria Estratégica para o Curto e Longo Prazo

Principais Acordos, Benefícios para o Comércio e Desenvolvimento Econômico


Os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram na sexta-feira (12/06/24) o acordo de livre comércio entre os blocos económicos.
Os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram na sexta-feira (12/06/24) o acordo de livre comércio entre os blocos económicos.

O tão aguardado acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, um dos blocos econômicos mais importantes do mundo, avançou para uma nova fase, e está mais próximo de se concretizar, após mais de 20 anos de negociações. Este tratado, que visa reduzir barreiras tarifárias e promover maior integração entre dois dos blocos econômicos mais significativos do mundo, tem o potencial de transformar as dinâmicas comerciais e estimular o desenvolvimento econômico de ambas as partes, especialmente para países como o Brasil.


A partir das recentes discussões, o acordo prevê a redução de tarifas de importação, tanto de forma imediata quanto gradual, ao longo de 15 anos, dependendo do setor. No caso do Brasil, a medida pode beneficiar diretamente o agronegócio e a indústria, com a redução de custos relacionados a importação de bens da União Europeia, como máquinas, equipamentos e insumos industriais, além de produtos como azeites, vinhos e queijos. Embora os benefícios para o consumidor possam ser indiretos e gradativos, o potencial de barateamento de produtos importados e a redução do custo de produção devido a insumos mais baratos se destacam como elementos-chave.


A competitividade no agronegócio brasileiro será um dos maiores impulsionadores desse acordo. Estima-se que o Brasil possa gerar um aumento significativo nas exportações, com um crescimento acumulado de até US$ 9,3 bilhões por ano até 2040. As projeções indicam que setores como carnes de suíno e aves, óleos vegetais e produtos alimentícios terão um crescimento expressivo, contribuindo de forma relevante para a balança comercial e o fortalecimento da economia nacional.


Entretanto, não são apenas os setores agrícolas que devem colher os frutos desse acordo. Embora algumas indústrias brasileiras, como a automobilística e a farmacêutica, possam enfrentar desafios devido à maior concorrência europeia, mas segundo estudos, o impacto geral tende a ser positivo. A importação de produtos europeus substituirá, em grande parte, artigos que anteriormente vinham de outras regiões, como a China, equilibrando o efeito nas importações, diversificando e garantindo maior abertura para novos mercados de forma gradual.


Outro ponto importante do acordo são as proteções para setores vulneráveis. O governo brasileiro, durante as negociações, garantiu salvaguardas que ajudam a limitar os impactos negativos para algumas indústrias, como a automobilística. Essas salvaguardas permitem, por exemplo, que o Brasil suspenda ou retome tarifas caso o aumento das importações afete negativamente a produção local, criando um ambiente de maior segurança e previsibilidade para os empresários do setor.


Do lado da União Europeia, o acordo busca, além da expansão do comércio, enfrentar a crescente e dominante presença de países como a China, especialmente em setores como o automotivo. Para isso, a Europa está disposta a aceitar condições mais favoráveis ao Brasil, como a promoção de investimentos para a produção local e a manutenção de compras governamentais em favor de produtos fabricados internamente.


Em termos de impacto econômico geral, a expectativa é de que o acordo leve a uma redução nas importações de outras regiões, com destaque para a China, e uma ampliação do comércio com a União Europeia, sem grandes desequilíbrios para a balança comercial brasileira. Isso cria uma situação vantajosa para ambos os blocos, fortalecendo o comércio e permitindo uma integração mais sólida entre economias de diferentes continentes.


Considerações Finais


Este acordo entre a União Europeia e o Mercosul apresenta, assim, uma oportunidade estratégica de fortalecer as relações comerciais e criar um ambiente mais competitivo e dinâmico. A redução das barreiras tarifárias e a possibilidade de novas importações e exportações vão ao encontro de um cenário mais favorável para empresas brasileiras que buscam expandir seus mercados, assim como para investidores europeus interessados em diversificar suas operações no Brasil.


Ademais, o fortalecimento das normas e regulamentos que acompanham esse acordo proporciona um panorama mais previsível para empresários e investidores, o que pode gerar maior confiança no ambiente de negócios. A formalização de regras claras para o comércio entre essas regiões possibilita não apenas uma melhora nas trocas comerciais, mas também uma infraestrutura jurídica mais robusta, capaz de garantir maior estabilidade nas transações e nos fluxos comerciais.


Em suma, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul não é apenas uma redução de tarifas e uma mera expansão de mercados. Trata-se de um marco para o comércio internacional que tem o poder de moldar, de maneira estratégica e sustentada, os rumos do desenvolvimento econômico global, proporcionando um futuro mais conectado, competitivo e promissor para os países envolvidos.


 
 
 

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